Esperamos que todos que passem por aqui tenham boas lembranças e tratem com muito carinho esse local, sem dúvida alguma, muito, muito especial!
A história do Solar Santa Tereza está fortemente ligada ao ciclo do café na região fluminense no século XIX. Paty do Alferes foi elevada ao posto de Vila, em 1820, por ordem de D João VI. O nome da cidade se refere à grande quantidade de patis (palmeiras de pequeno porte no vocabulário indígena) encontradas no local. O proprietário dessas terras possuía a patente militar de alferes (denominação da época para tenente). Daí o nome de Paty do Alferes. Por volta de 1858, o imperador Pedro II fez algumas vezes o caminho de Petrópolis à Paty do Alferes utilizando a "picada do Paty", hoje mais conhecida como Estrada do Imperador.
A Fazenda Santa Tereza pertenceu ao mais importante e ilustre morador da região, o Barão de Paty do Alferes, Sr. Francisco Peixoto de Lacerda Vernek. O Barão era membro do "Clã dos Werneck", que dominou por quase 200 anos a maior parte das terras desta província Fluminense. Sua residência principal era a Fazenda Monte Alegre, que possuia melhores instalacões e chegou a abrigar até 200 escravos. O Barão possuia outras 7 fazendas produtoras de café e cana de açucar.
As fazendas tinham construções retangulares e compreendiam a casa principal ("Casa Grande" ou "Solar") e os alojamentos dos escravos ("Senzala"). Normalmente no interior da Casa Grande havia sempre uma Capela, mobília de mognos, jacarandá, um belíssimo piano, serviços de louça da Índia incluindo aparelhos de porcelana com o brasão da família, além de outros objetos de luxo. Entre 1820 e 1870, a cafeicultura fluminense atingiu seu nível máximo. A razão do declínio foi plantio explorador que trouxe o empobrecimento do solo e também a abolição da escravatura decretada pela Princesa Isabel em 1888 - uma cópia da Lei Aúrea encontra-se no salão principal da Fazenda Santa Tereza em cima da lareira.
Por volta de 1910, os herdeiros do Barão de Paty, empobrecidos, tiveram de deixar a fazenda. As terras então passaram pelas mãos de alguns proprietários, que tentaram explorar a fazenda com gado leiteiro, cana de açúcar e cachaça, com a construção de um alambique. Em meados de 1950, a Fazenda Santa Tereza foi adquirida por Alcindo e Lomar Marini e passou a fazer parte do cenário de nossa familia. Sempre foi o local predileto de todos para férias, diversão e lazer. A "Casa Grande" se encontrava em estado precário. Com os anos, passou por inúmeras reformas, sempre tentando manter o estilo colonial mas adequando-se à modernidade e conforto atual. Tivemos por aqui muitas festas, aniversários, casamentos, batizados e bodas. Sempre num clima de muita alegria e confraternização.
Em 1990, a fazenda passou para as mãos de duas netas de Alcindo e Lomar Marini. Elas mantiveram a tradição de fazer dessa propriedade um local especial para encontro de família e amigos.